A Apple, uma das marcas de tecnologia mais valiosas do mundo, tem regras claras sobre quem deve se associar a sua marca. Você pode nunca ter percebido, mas em filmes com vilões ou bad guys, produtos como o queridinho iPhone não podem ser utilizados por personagens com condutas duvidosas.

Mas o que podemos aprender com este direcionamento da Apple e como aplicar isso às redes sociais?

A associação de marca é uma estratégia valiosa para o fortalecimento do brand equity da sua marca. Através dela é possível alcançar resultados como a potencialização do seu valor agregado, da sua presença de mercado e também de percepção do cliente. E é por isso que esta associação, também conhecida como co-branding precisa ser feita com cautela, estudo e, acima de tudo, evitando relações que possam vir a prejudicar a marca.

No campo das redes sociais, podemos associar o co-branding diretamente à relação das marcas com influenciadores digitais. Cada influenciador é uma marca e a associação com os mesmos deve ser previamente planejada. Quem é o público desta pessoa? Como ela se comunica? Ela já esteve envolvida em alguma polêmica? Quais os benefícios para a minha marca ao se associar com este influenciador? São algumas das perguntas básicas para o começo desta relação.

A busca por parcerias com influenciadores digitais tem sido uma estratégia de associação relevante e com resultados expressivos. No Brasil, 55% dos consumidores confiam nas avaliações e opiniões dadas pelos influencers, segundo a QualiBest. É por isso que a Magazine Luiza, por exemplo, apostou em uma campanha massiva para a sua Black Friday de 2019 com a presença de influenciadores digitais relevantes como Thainara OG (4,1M de seguidores), Whindersson Nunes (38,6M de seguidores), Camila Loures (8,8M de seguidores) e Jon Vlogs (3,5M de seguidores).

Mas não é só de cases de sucesso que vivem as associações de marca (e por isso, Apple, obrigado de novo por nos dar essa dica!). Em julho de 2018, o youtuber Julio Cocielo (14M de seguidores) perdeu parcerias com marcas como McDonald’s, Adidas, Itaú e Submarino após escrever tweets racistas em sua rede social. Apesar de publicar brevemente um pedido de desculpas em vídeo, Cocielo foi considerado, na ociasião, uma crise para as diversas marcas em que estava associado e teve um prejuízo próximo de 8 milhões de reais.

O cuidado da Apple ao não se relacionar a personagens que fomentam maus comportamentos é inspirador para construirmos narrativas semelhantes. O valor de uma marca passa por diversas variáveis e o seu branding é construído também na mente do seu consumidor através de associações e parcerias.

Nesta reflexão, uma coisa é certa: pensar na associação de marca ideal é fácil. Mas você já pensou em quem não gostaria de se associar?

*Dados de seguidores coletados em fevereiro de 2020.

Fonte Apple: https://www.indiewire.com/2020/02/rian-johnson-apple-bad-guys-iphones-movies-1202213693/

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